Me torno meio artista quando olho as ruas. E praças, e esquinas, e casas.
É que eu me meto a arquitetar novas formas, cuidar as janelas e procurar saudades que passeiem na calçada.
Me torno meio música quando escuto o tempo.
Me torno meio música quando escuto o tempo.
Me encontro a cantar as palavras que me são ditas por pura rotina, apenas para que me soem melhores. E faço melodia das lembranças, das despedidas.
Me deixo tocar.Me torno meio vento quando me permito passar.
É que tenho a sina de soprar e de mudar meu percurso, prender certos galhos, ser brisa, ser furacão.Me torno meio poesia quando me deixo ser tudo.
E sinto, permito, refaço... e me pego a encontrar versos nas ruas, nos sons, nos aromas.
Me derramo, me encontro em pedaços.Mas de tudo que já vi, nada me pareceu assim.
Completo, intrigante. Não é necessário compor, nem revisar, nem deixar-me inspirar.
Simples e claro, algo me revida quando te vejo.
(Boa noite racionalidade!)