Suspirou. Três vezes, como quem traça o sinal da cruz com o ar. Amor Trino, não tão santo. E o zelo de cerrar os lábios pra não macular o silêncio. Expira, e apressa o passo. Urge, mas o quê?. Dias de se percorrer com passos apostólicos,tempos de cruz e espada, por vezes, é preciso morrer pra se salvar daquilo que acredita. E viver mais. Colocou as mãos na terra, esboçou os gestos de Deus, soprou. Não abstraiu. Não mais. Cansou os joelhos dobrados, as mãos em postas. Cansou as pálpebras de cerrar os olhos. A pupila dilatou a alma. Dos cultivos, vale os sinceros. Os dedos, bulidos de terras, andam. Que desenho teria feito Jesus? Não atire a primeira pedra. Nem a segunda, por favor. O pensamento ganha geometria é na ponta dos dedos, no traçar esboçado na areia, e só porque primeiro soube se medir com precisão de passos o acertar das idéias. Quando se alongam os dias e os silêncios, entendas, ela longeia, pra se precisar inteira e não atingir medidas. Por favor, no abrigo não se deseja mais a palavra-farpa unhada nas paredes. Desentendes os ciclos, mas queres a beleza cheia, lua, nova-crescente presa em teus quartos. Criança poupada de chão, proteção que cerceia. Se vai, coração descobre estações de ser, sempre novas...por antigos caminhos distantes. Enquanto, tu arrancas as orquídeas. Rasga o raro entre os dentes, e deixa luir o que unia. Não estar, de quando em quando, é se refazer pra se render melhor, mostrar a cicatriz. Ela prefere ainda a caixa postal vazia, a palavra quente de um sorriso que não se pode ver, do que o estragar da fruto pela hipocrisia da seiva, puro veneno. Tez de Brutus. Tem as mãos sujas, a cara maltratada de sol, do que escapa ás proteções, mesmo tantas, por isso, se te dedicou o zelo dessa muda em flor, foi na vontade de afetar o cultivo, empunhar ao sol esse amor, e te dedicar a possibilidade de aprender que todo gesto é semente, e por isso só sabe multiplicar. Pensa no sete, no Caio Fernando, na sorte, em não se perder dos encontros, e que pode ser doce. E tu, sem achar o tom, descobres que: quando o sentimento não encontra nas palavras veste, ele escapole, na pausa entre os acordes, ausência amamentando nos braços uma presença que freme. Um suspiro.